sexta-feira, 27 de abril de 2007

Avivamentos Via Comunidade



Uma Questão de Visão

Tudo começa na forma de pensar ou ver o mundo ao seu redor. Enquanto as pessoas pensarem que o sacerdócio na igreja é coisa de uma casta seleta, e se contentarem a serem meros contribuintes e assistentes de programa religioso, pouco, ou nada, acontecerá. A igreja deve ser uma comunidade formada de pessoas ativas nas suas relações para o bem de todos. O “uns aos outros” precisa sair do discurso de púlpito e virar vida na medida que gente cuida de gente, pessoas alimentam pessoas, cristãos visitam e confortam outros cristãos. Esta interação interpessoal é poderosa o suficiente, nas mãos de Deus, para fazer pela presente sociedade muito mais do que se pode imaginar.

A começar pelo Novo Testamento, pode-se perceber que a igreja é identificada como um corpo, um organismo vivo que nutrido pelo Espírito de Deus, cresce, amadurece e se multiplica. Munidos com esta visão, algumas pessoas nas últimas décadas têm se utilizado da figura da célula para representar a vitalidade e as potencialidades do Corpo de Cristo. A analogia parece perfeita, já que os biólogos conceituam a célula como “A unidade estrutural básica dos seres vivos, e sede de todos os fenômenos vitais”. (ALMEIDA, s/d, 692)

Para aqueles que têm a visão que a igreja necessita se estruturar e funcionar em “células” (pequenos grupos de irmãos), há a compreensão de que estas “unidades estruturais básicas” darão a condição necessária para que se concretizem “todos os fenômenos vitais” relacionados com a vida espiritual da igreja. Estes “fenômenos vitais” referem-se, dentre outras coisas, ao amor profundo e sincero de uns cristãos para com outros, à fé sólida e constante em Jesus e ao fortalecimento da esperança em tudo quanto está prometido na Palavra de Deus. Desta forma, o corpo de Cristo cresce, amadurece e tem condições de se expandir e se multiplicar de maneira saudável. Joel Comiskey, um diligente pesquisador de igrejas que estão estruturadas em grupos pequenos ou familiares, conceitua as células de uma comunidade de cristãos como:

Grupos pequenos abertos focalizados no evangelismo que estão embutidos na vida da igreja. Elas se reúnem semanalmente para que os seus participantes se edifiquem uns aos outros como membros do Corpo de Cristo, e para anunciar o evangelho àqueles que não conhecem Jesus. O objetivo final de cada célula é multiplicar-se à medida que o grupo cresce por meio do evangelismo e das conversões que seguem. Dessa maneira os novos membros são acrescentados à igreja e ao Reino de Deus. Os membros das células também são encorajados a participar do culto de celebração da igreja inteira, quando as células se encontram para adoração. (2001, 17)

É oportuno notar que as igrejas que trabalham com a estrutura em células não dispensam os grandes encontros, nos quais todos os seus membros se reúnem para adorarem a Deus com cânticos, orações e pregação da Palavra de Deus. Para estas igrejas, a comunidade de cristãos precisa funcionar como um pássaro, utilizando-se das duas asas: a asa do pequeno grupo, onde se experimenta intimidade, apoio pessoal e transparência; e a asa do grande grupo, pela qual se providencia uma visão maior de corpo, ânimo e celebração coletiva da vida em Cristo (TOUCH:2004, B1). No entanto, mesmo que se mencione a necessidade do equilíbrio dos dois momentos: pequeno grupo e grande grupo, a ênfase acaba recaindo sobre ações que alimentam prioritariamente os pequenos grupos. O raciocínio é simples. Se as células estiverem bem cuidadas, isto é, se os membros estiverem pessoalmente bem assistidos e cuidados, a igreja como um todo estará em tal situação. Na medida que o membro e sua célula estiverem saudáveis, a igreja, como corpo, estará gozando de saúde e vida. Por isso, o ponto de partida não são reuniões de final de semana, eventos, programas e cultos; tudo começa com a assistência pessoal que cada um há de receber e dar, através da sua própria célula durante toda a semana.

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