
CONCLUSÕES
Qualquer um que ligar o aparelho de TV no noticiário, ou mesmo ler o jornal do dia, será lembrado da situação real em que se encontra a atual geração que, envolta em tantos problemas e traumas relacionais, demonstra o quanto que pessoas estão desesperadamente precisando de ajuda, apoio e sentido pra vida.
A quantidade de casais em litígio denunciam uniões mal-sucedidas, as quais não conseguiram resistir às intempéries de uma cultura hedonista, egoísta e que descarta Deus. As famílias, expostas às ideologias promíscuas produzidas pelas emissoras de TV, acabam acostumando e se amoldando às futilidades maléficas da mensagem que procede de artistas tidos como ídolos. Enquanto isso, a violência parece se avizinhar cada vez mais, dando ensejo à prevalência do medo e desconfiança. A integridade e honestidade viraram escasso produto em um mercado sem escrúpulos; e a solidariedade, que deveria marcar as relações humanas, dá lugar a uma indiferença que só aumenta a dor do que sofre.
“Relacionamentos Interpessoais” não pode se tornar em apenas mais um assunto discutido em sala de aula, tema tratado com fins mercantilistas e empresariais, ou mesmo título de seminário que promete fazer esta ou aquela igreja funcionar bem. Isto não é somente mais um assunto da vida; isto é a própria vida. Querendo ou não, a vida gira em torno deles; e já que não dá para se livrar deles, seria sábio cultivá-los bem, para o bem de todos.
Mais que ser encarado como conveniente e necessário, os relacionamentos precisam ser vistos como expressão do tipo de ser que o homem é: feito à imagem e semelhança de Deus. Na medida em que o homem se relaciona de forma humana, o que parece uma redundância, ele reflete a imagem divina que nele ainda encontra resquícios. Mas, se age de forma diferente, sobressai-se uma imagem deformada de um ser que não precisaria ser assim.
Visando restaurar a imagem que foi corrompida pelo pecado e pelo mal, Deus revelou sua Palavra de diversas formas, para que por ela o ser humano pudesse se direcionar e voltar à semelhança que, originalmente, lhe era própria. Porém, por força de um humanismo racionalista, alguns insistem em não se influenciar por esta revelação, enquanto tateiam entre os corredores da pura racionalidade arrogante, buscando encontrar conserto para as deformidades e anomalias de uma raça cada vez mais doente. No entanto, o Criador não ficou sem testemunho mesmo nestes que, guiados por uma consciência ainda que entulhada pelos escombros da queda, podem vislumbrar uma embaçada figura do homem ideal, cuja imagem primeira não pôde ser totalmente apagada.
Em meio às imagens claras das Escrituras e os rabiscos interessantes da ciência humana, está a igreja; aquela que tem o papel de reproduzir fielmente a imagem perdida, mas que pode ser reconstruída por meio dAquele que a idealizou e que decidiu restaurá-la por meio de Cristo, de forma que Seus discípulos possam expressar a figura do “Novo Adão” através de relacionamentos que expressem a santidade, a justiça e o amor próprios da Fonte originária de todas as coisas. Espera-se que Igrejas saudáveis em caráter e eficazes no cumprimento de sua missão se multipliquem em torno do Globo, levando a esta geração enferma, sofrida e desconfiada, a boa notícia de que há cura disponível para todos.
O homem é tendencioso ao egoísmo, mágoas, rivalidades, competição, brigas, intrigas e sempre pronto para usar pessoas por amor à coisas. Há uma parte do homem que reflete uma desumanidade quase diabólica que fere iguais, despreza diferentes e dá a mão somente àqueles que lhe tragam benefícios. O quadro está sendo posto de forma generalizada, mas em um nível ou outro parece que praticamente todos se encaixam na descrição acima. Resta aos filhos de Adão unir-se a Paulo na sua exclamação: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.24,25).
Por meio da Trindade, a primeira e única comunidade de relacionamentos perfeitos, o homem pode ser transformado em filho de Deus. Através de Jesus o ser humano é purificado, pelo Espírito Santo ele é transformado, e nos braços do Pai encontra apoio em todo instante! Assim, Trindade e Humanidade se unem, misteriosamente, numa relação de amor “que excede todo entendimento” (Ef 3.19).
Que Deus, na sua infinita misericórdia, levante Sua igreja para bem representá-lo, vivendo relacionamentos que expressem o Seu amor na dinâmica do uns aos outros, de forma que a mensagem do Cristo receba o devido crédito, e a cruz se torne atraente para aqueles que desejam crucificar o velho homem, a fim de dar espaço para um novo, criado à imagem e semelhança do Deus que também é denominado de Amor.
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