segunda-feira, 21 de maio de 2007

Videira, galhos e frutos.



Ao lermos João 15.1-8, somos desafiados a experimentar três realidades na vida.


Primeira Realidade – Conhecer a Videira

Jesus mostra sua identidade apelando para uma nova analogia: a videira. É de uma árvore que o galho recebe vida; e a idéia é esta: Jesus é a fonte da vida. Aliás, por todo o Evangelho de João é assim que Jesus vai se revelando: “Eu sou a luz do mundo” (João 8.12); “Eu e o Pai somos um” (João 10.30); “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11.25,26); fora outras declarações igualmente significantes.

Um aspecto importante do conhecer é a convivência com a pessoa, e não apenas ter dados e informações sobre ela. Existem muitas pessoas que nós dizemos conhecer, somente porque temos informações a respeito delas, mas não a conhecemos de fato, por não convivermos com elas.

Quanto à Videira, Jesus, nosso conhecimento dele deve transpor as linhas da mera coleta de informações, e enveredarmos pela magnífica experiência da convivência que ocorre pela fidelidade e submissão à sua palavra.

Segunda Realidade – Permanecer na Videira

Conhecer e permanecer na Videira estão intimamente ligados ao que fazemos com os ensinos de Jesus. Basta observar os seguintes versos: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (vs.3) e “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (vs.7). Na verdade, para Jesus, conhecer e permanecer é igual a obedecer.

Quanto ao verso 7, gostaria de fazer uma necessária observação: Jesus não está propondo uma oferta de negócio aos discípulos. Ele não está sugerindo uma transação do tipo “uma mão lava a outra”. Aqui, neste texto, Jesus está expressando o resultado natural de pessoas que se envolvem em um relacionamento de amor. Nesta relação há comunicação, e as orientações do maior são acatadas, em amor, pelos súditos; e as necessidades destes súditos são atendidas, em amor, por Aquele que tem poder para supri-los em todas as coisas.

Nessa intensa relação de obediência e clemência, os galhos permanecem na Videira, e dela recebem a seiva e o poder necessários para continuarem unidos Àquele que dá vida.

Terceira Realidade – Dar os frutos da Videira

A Videira (Jesus) disse: “Sem mim nada podeis fazer”. (vs.5)

Os frutos que Deus espera ver em nós só podem ser produzidos se conhecermos e permanecermos na Árvore de Vida. E ao permanecermos nela, daremos os frutos segundo Sua espécie e natureza; e são estes os frutos que Deus deseja.

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (vs.8). Este verso nos fala de quantidade, qualidade e objetividade.

QUANTIDADE – “muito fruto” – Quer queiramos ou não, produzimos frutos o tempo todo. Nossos pensamentos, palavras e procedimentos são os frutos que produzimos na vida; e que eles sejam o resultado da vida que emana da Videira para o nosso ser.

QUALIDADE – “meus discípulos” – Quando nossos pensamentos refletem a mente de Cristo, nossas palavras revelam o coração de Cristo e nossos comportamentos reproduzem as atitudes de Cristo, manifestando, desta forma, os mesmos bons e abundantes frutos percebíveis na Sua vida; então, somos Seus discípulos, porque aprendemos a produzir os mesmos frutos.

OBJETIVIDADE – “Nisto é glorificado meu Pai” – Este é o objetivo: a glória de Deus. Certa vez, ganhamos algumas frutas de presente, e elas eram muito gostosas. A primeira pergunta que fizemos foi: “De onde vieram estas frutas?”. A resposta foi: “Do sítio do Sr. Francisco”. É interessante que ninguém nem se lembra de que galhos, exatamente, as frutas foram tiradas; porém, não se esquecem de que elas pertenciam ao Sr. Francisco.

Da mesma forma, quando pessoas estiverem experimentando os frutos que produzimos (amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio), que ninguém esqueça que a glória é a do Dono do Sítio: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (vs.1).

A Deus toda a Glória!

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