quarta-feira, 30 de maio de 2007

Unção


Texto de Charles Spurgeon, extraído de Lições aos Meus Alunos.

Para nós, ministros, o Espírito Santo é absolutamente essencial. Sem Ele o nosso ofício não passa de um nome. Não nos arrogamos sacerdócio além e acima daquele que pertence a todos os filhos de Deus. Mas somos sucessores daqueles que, nos velhos tempos, foram movidos por Deus a proclamar a Sua Palavra, a dar testemunho contras as transgressões e a dirigir a Sua causa.

A menos que o espírito dos profetas esteja repousando sobre nós, o manto que usamos não passa de um traje tosco e enganoso. Como objetos dignos de aversão, devíamos ser expulsos da sociedade dos sinceros por ousarmos falar em nome do Senhor - se é que o Espírito de Deus não repousa sobre nós.

Cremos que somos arautos de Jesus Cristo, designados para continuar o Seu testemunho na terra. Mas, sobre Ele e sobre o Seu testemunho sempre repousou o Espírito de Deus, e se Este não repousa sobre nós, é evidente que não somos enviados ao mundo como Cristo foi.

No dia de Pentecoste, o início da grande obra de converter o mundo foi com línguas flamejantes e com um forte e impiedoso vento, símbolos da presença do Espírito. Portanto, se pretendemos ter bom êxito sem o Espírito, não estamos seguindo a norma pentecostal. Se não temos o Espírito que Jesus prometeu, não podemos cumprir a comissão que Jesus deu.

A Deus toda a Glória!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

O caminho da auto-realização


"Não tenho dúvida de que boa parte, senão a totalidade,
da infelicidade humana
explica-se por essa tendência de viver de maneira egoísta.
Num mundo tão diverso, ninguém consegue ser feliz
se tudo o que valoriza é seu conforto e bem-estar pessoal.
Por mais distintos que sejam,
todas as tradições de espiritualidade têm um ponto comum:
concordam que as pessoas mais estabilizadas na vida,
e por que não dizer, felizes,
são aquelas que cultivam o espírito abnegado, solidário, altruísta.
Esse é mais um, senão o, paradoxo da vida:
o caminho da auto-realização é a negação do ego".

Ed René Kivitz, extraído do livro Vivendo com Propósito.

A Deus toda a Glória!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Perspectiva


“... porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”. (I Sm 16.7b)

As palavras acima foram pronunciadas por Deus ao profeta e sacerdote Samuel, quando da sua ida para a casa de Jessé com o objetivo de ungir o novo rei de Israel, aquele que deveria ocupar o lugar do desobediente Saul.

É interessante notar, lendo o texto de I Sm 16.1-13, que o experiente profeta não era competente para perceber, por si só, qual o homem que deveria assumir a nobre posição. Aliás, sua visão, afetada pelos padrões culturais humanos, levou-o a concluir, quando viu o primeiro dos filhos de Jessé, que ele seria o novo rei: “Certamente, está perante o Senhor o seu ungido”. (vs.6)

Deus precisou intervir, imediatamente: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei;...” (vs.7). O rejeitou porque o Senhor vê o interior; e havia algo no coração deste primeiro filho, bem como no coração dos demais que estavam na casa, que fez com que Deus não aceitasse nenhum deles para ocupar o trono do povo de Deus.

No entanto, havia um dos filhos de Jessé que não estava em casa naquele momento, o qual foi esquecido ou, simplesmente, ignorado; mas que era precisamente a pessoa que tinha um coração agradável ao Senhor, um coração que seria diferente do coração de Saul, um coração segundo o coração de Deus: “Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade”. (Atos 13.22)

O escritor de Hebreus afirma: “Não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. (Hb 4.13)

O Senhor vê o coração, isto é, tudo o que se passa nas entranhas da alma e do espírito: os sentimentos, os desejos, os sonhos ocultos, as intenções e suas motivações. Nada escapa à percepção aguçada e sobrenatural do Deus Onisciente que conhece todas as coisas.

Se, de um lado, a consciência desta onisciência de Deus pode nos levar a clamar como Daniel: “A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha” (Dn 9.7); por outro lado, não deveríamos esquecer que nos foi dado um novo coração (Ez 36.26), semelhante ao de Jesus. Assim, podemos, em Cristo, sermos pessoas segundo o coração de Deus, que fazem toda a Sua vontade.

Claro que o que acabei de dizer parece contraditório. Afinal, meu coração do jeito como está, é para se envergonhar ou se alegrar, em Cristo?

Infelizmente, enquanto estivermos habitando nesta barraca de carne, iremos enfrentar o constante conflito da velha natureza que herdamos de Adão contra a nova natureza produzida pelo Espírito do Novo Adão, Cristo.

O que eu e você precisamos fazer, e todos já sabem disso, é buscar a força de Deus, nutrindo o novo coração, para que o velho seja mortificado, e assim, possamos nos tornar, mais e mais, homens e mulheres segundo o coração de Deus.

Evidentemente, este nutrir o novo coração pelo acesso ao poder de Deus, ocorre, principalmente, quando passamos tempo exclusivo com Deus: tempo exclusivo em oração, tempo exclusivo em leitura e meditação da Palavra, tempo exclusivo para pensar em Deus, na Sua vontade e na Sua obra.

Enfatizo o “exclusivo” porque a vida cristã, conquanto transcorra num importante contexto de coletividade, precisa ser fundamentada em íntima e contínua relação com Deus, que encontra nos momentos exclusivos, a sua melhor e mais profunda forma de expressão.

A Deus toda a Glória!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Videira, galhos e frutos.



Ao lermos João 15.1-8, somos desafiados a experimentar três realidades na vida.


Primeira Realidade – Conhecer a Videira

Jesus mostra sua identidade apelando para uma nova analogia: a videira. É de uma árvore que o galho recebe vida; e a idéia é esta: Jesus é a fonte da vida. Aliás, por todo o Evangelho de João é assim que Jesus vai se revelando: “Eu sou a luz do mundo” (João 8.12); “Eu e o Pai somos um” (João 10.30); “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11.25,26); fora outras declarações igualmente significantes.

Um aspecto importante do conhecer é a convivência com a pessoa, e não apenas ter dados e informações sobre ela. Existem muitas pessoas que nós dizemos conhecer, somente porque temos informações a respeito delas, mas não a conhecemos de fato, por não convivermos com elas.

Quanto à Videira, Jesus, nosso conhecimento dele deve transpor as linhas da mera coleta de informações, e enveredarmos pela magnífica experiência da convivência que ocorre pela fidelidade e submissão à sua palavra.

Segunda Realidade – Permanecer na Videira

Conhecer e permanecer na Videira estão intimamente ligados ao que fazemos com os ensinos de Jesus. Basta observar os seguintes versos: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (vs.3) e “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (vs.7). Na verdade, para Jesus, conhecer e permanecer é igual a obedecer.

Quanto ao verso 7, gostaria de fazer uma necessária observação: Jesus não está propondo uma oferta de negócio aos discípulos. Ele não está sugerindo uma transação do tipo “uma mão lava a outra”. Aqui, neste texto, Jesus está expressando o resultado natural de pessoas que se envolvem em um relacionamento de amor. Nesta relação há comunicação, e as orientações do maior são acatadas, em amor, pelos súditos; e as necessidades destes súditos são atendidas, em amor, por Aquele que tem poder para supri-los em todas as coisas.

Nessa intensa relação de obediência e clemência, os galhos permanecem na Videira, e dela recebem a seiva e o poder necessários para continuarem unidos Àquele que dá vida.

Terceira Realidade – Dar os frutos da Videira

A Videira (Jesus) disse: “Sem mim nada podeis fazer”. (vs.5)

Os frutos que Deus espera ver em nós só podem ser produzidos se conhecermos e permanecermos na Árvore de Vida. E ao permanecermos nela, daremos os frutos segundo Sua espécie e natureza; e são estes os frutos que Deus deseja.

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (vs.8). Este verso nos fala de quantidade, qualidade e objetividade.

QUANTIDADE – “muito fruto” – Quer queiramos ou não, produzimos frutos o tempo todo. Nossos pensamentos, palavras e procedimentos são os frutos que produzimos na vida; e que eles sejam o resultado da vida que emana da Videira para o nosso ser.

QUALIDADE – “meus discípulos” – Quando nossos pensamentos refletem a mente de Cristo, nossas palavras revelam o coração de Cristo e nossos comportamentos reproduzem as atitudes de Cristo, manifestando, desta forma, os mesmos bons e abundantes frutos percebíveis na Sua vida; então, somos Seus discípulos, porque aprendemos a produzir os mesmos frutos.

OBJETIVIDADE – “Nisto é glorificado meu Pai” – Este é o objetivo: a glória de Deus. Certa vez, ganhamos algumas frutas de presente, e elas eram muito gostosas. A primeira pergunta que fizemos foi: “De onde vieram estas frutas?”. A resposta foi: “Do sítio do Sr. Francisco”. É interessante que ninguém nem se lembra de que galhos, exatamente, as frutas foram tiradas; porém, não se esquecem de que elas pertenciam ao Sr. Francisco.

Da mesma forma, quando pessoas estiverem experimentando os frutos que produzimos (amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio), que ninguém esqueça que a glória é a do Dono do Sítio: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (vs.1).

A Deus toda a Glória!

domingo, 20 de maio de 2007

A maior das carências ministeriais



Pessoas que cuidem de pessoas

Quando Deus decidiu que havia chegado o momento para libertar o povo de Israel e lhe conceder o Seu gracioso cuidado, Ele levantou uma pessoa: Moisés.

E por meio de pessoas é que o Senhor continuou providenciando orientação, condução e realização de conquistas que vinham ao encontro das necessidades do povo recém-liberto. Depois de Moisés, como bem sabemos o Senhor levantou Josué, o qual foi sucedido pelos chamados Juízes.

Infelizmente, ainda no período dos Juízes, depois daqueles ciclos constantes de prosperidade, infidelidade, castigo, arrependimento, clamor, libertação,... prosperidade, infidelidade, castigo...; o povo chega a um momento histórico crítico que é descrito da seguinte forma: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto”. (Jz 21.25)

O que estava faltando a Israel? Pessoas que, sob a direção de Deus, pudessem, realmente, orientar, conduzir e levar o povo às realizações de conquistas nacionais para a glória de Deus e para o seu próprio bem. A maior das carências ministeriais estava evidente: pessoas que cuidem de pessoas, conforme os padrões e orientações de Deus.

O sábio já havia advertido: “Não havendo profecia, o povo se corrompe” (Pv 29.18a). Não havendo quem o oriente, quem o dirija na Palavra de Deus, e o leve a ser o povo que preenche as expectativas de Deus, então, a conseqüência é o desvio e corrupção.

Em Israel havia três classes de pessoas que deveriam cuidar das pessoas: os reis, os profetas e os sacerdotes. Quando estes líderes não exerciam os seus ministérios coerentemente com a vontade de Deus e a necessidade do povo, fosse de ensino, repreensão, condução, e outras ações mais, eles mesmos se colocavam numa situação que gerava as seguintes duras palavras da parte de Deus: “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo”. (Jr 34.1-5)

Hoje, como em todas as outras épocas, há uma grande necessidade que se levantem homens e mulheres que, atendendo ao chamado de Deus, se ponham na condição de pastores que cuidem de pessoas, alimentando-as com a Palavra de Deus, conduzindo-as com sabedoria e entendimento espirituais e levando-as a serem aquelas pessoas que, de fato, vivem para o louvor da glória de Deus, cumprindo todos os propósitos do Senhor e vivendo para o Seu inteiro agrado.

A Deus toda a Glória!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Oração para se proteger da tentação



Oração de Martinho Lutero

Enfrentamos três tentações ou adversários: a carne, o mundo e o diabo. Portanto, devemos orar assim:

Querido Pai, dá-nos graça de modo que tenhamos controle sobre a concupiscência da carne. Ajuda-nos a resistir a seu desejo de comer, beber e dormir além do necessário, de ficar à toa, de ser preguiçoso. Ajuda-nos através do jejum, da moderação no comer, no vestir, no dormir e no trabalhar, através da vigilância e do labor, a sujeitar a carne e a voltar-nos às boas obras.

Ajuda-nos a levar todas as suas inclinações más e lascivas, bem como todos os seus desejos e estímulos até a cruz de Cristo e ali sacrificá-los, de modo a não dar crédito a nenhum de seus encantamentos nem tampouco segui-los. Ajuda-nos no momento em que virmos uma pessoa, uma criatura ou qualquer outra imagem bela, de modo que isto não se torne uma tentação, mas uma ocasião para demonstrar um amor casto e para louvar-te pelas tuas criaturas. Ao ouvirmos doces sons e sentirmos coisas que nos agradam os sentidos, ajuda-nos a buscar não a lascívia, mas o teu louvor e honra.

Preserva-nos do pecado da avareza e do desejo pelas riquezas deste mundo. Guarda-nos, de modo a não buscarmos a honra e o poder deste mundo e nem sequer consentirmos o desejo por eles. Protege-nos, de modo que as mentiras, a aparência e as falsas promessas deste mundo não nos atraiam para seus caminhos.

Guarda-nos, para que as fraquezas e adversidades do mundo não nos levem à impaciência, à vingança, à ira ou a quaisquer outros pecados. Ajuda-nos a renunciar às mentiras e à falsidade do mundo, a suas promessas e a sua infidelidade, bem como a todo o seu mal (como já prometemos fazer no batismo), apegando-nos firmemente a esta renúncia e, assim, crescer dia a dia.

Livra-nos das sugestões do diabo, que não demos espaço ao orgulho, que não nos tornemos egoístas e que não desprezemos os outros em nome da riqueza, da posição, do poder, do conhecimento, da beleza ou de qualquer outro dom dos céus. Guarda-nos de cair no ódio ou na inveja por qualquer razão. Preserva-nos de modo que não venhamos a ceder ao desespero, a grande tentação de nossa fé, seja agora ou na hora de nossa morte.

Que tenha o teu amparo, Pai Celestial, todo aquele que se esforça e trabalha contra todas estas grandes e diversas tentações. Fortalece aqueles que ainda esperam; levanta aqueles que caíram e foram derrotados; e a todos nós dá de tua graça, para que nesta vida incerta e miserável, incessantemente cercada de inúmeros inimigos, possamos lutar com constância e com uma fé firme e destemida e, no final, ganhar a coroa que permanece para sempre.

Texto extraído do livro: Vitória Sobre a Tentação, editado por Bruce H. Wilkinson.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Amo, logo, vivo!


Não há vida verdadeira quando não há amor na vida. O apóstolo Paulo, no seu clássico capítulo sobre o amor, em 1 Coríntios 13, deixa muito claro a essencialidade da experiência do amor no corpo de Cristo, a Igreja.


Refletindo no áureo texto, podemos chegar a algumas conclusões.


O amor é a essência da vida.
Nota-se, pelas palavras do apóstolo, que as manifestações dos dons do Espírito, como o falar em outras línguas, sem o fruto do Espírito, são vazios e sem sentido. Pode-se emitir muitos sons, mas não passam disso: sons, e nada mais (vs.1), na medida que não procedam de corações que compartilham relacionamentos nos quais haja a manifestação de amor genuíno procedente da Fonte de todo amor, o nosso Deus.

Muitos são considerados "grandes homens de Deus" pelo exercício da profecia, imenso conhecimento e intensas manifestações de fé. No entanto, se falta o amor, estes "grandes homens" nada são (vs.2); pois Deus não nos mede pelo desempenho ministerial, mas pelo amor pessoal que dispensamos ao próximo.

Algo que ainda pode ser dito, é que a motivação determina o aproveitamento do que fazemos (vs.3). Dar algo aos pobres ou se oferecer como mártir em prol de alguma causa, ainda que seja cristã, não valerá de nada, se a origem de tais ações não proceder de uma alma que, consciente do amor de Deus, se aplica à tarefa nobre de servir às pessoas por amor às pessoas.


O amor se manifesta através da vida

Alguém certa vez disse que tem dificuldades em conceituar o amor, mas o reconhece quando é praticado. E quando lemos as definições do amor, especificadas por Paulo, percebemos que amor não é uma mera idéia a respeito da qual podemos filosofar, ou apenas uma experiência emocional sobre a qual divagamos em poesias.


O amor, o verdadeiro amor, manifesta-se em atitudes e ações práticas sob a unção do Espírito Santo, na forma de paciência, bondade, altruísmo, humildade e apoio ao próximo (vs.4-7).


Estas manifestações da graça divina em nós, e através de nós, devem ser a marca autenticadora de nossa filiação celestial. E isso é o que Deus chama de vida!


A Deus toda a Glória!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Minha casa é o melhor lugar da terra!



Certa vez, li num livro uma afirmação feita como sendo um ideal a ser perseguido: "Minha casa é o melhor lugar da terra!".

Um esposo que faz tal afirmação, está dizendo: "Minha esposa é a mulher com quem eu, realmente, queria casar, e não a trocaria por nenhuma outra mulher da terra".
Uma mulher que faz tal afirmação, está dizendo: "Meu marido é o homem com quem queria casar, e não o trocaria por nenhum outro homem da terra".
Filhos que fazem tal afirmação, estão dizendo: "Nossos pais são as pessoas que, de fato, queremos como pais, e não os trocaríamos por quaisquer outros pais da terra".

Infelizmente, nem todos podem dizer o mesmo. Pelo contrário, existem muitos lares que sofrem horrores por conta de relacionamentos danificados, provocados pelo egoísmo e insensatez de um ou outro membro da família, gerando corações constantemente feridos e almas que sangram pelos golpes cruéis de atitudes sem amor.

O que fazer? Como proceder para que minha casa seja, e continue sendo, "o melhor lugar da terra"?

Toda casa precisa de um forte alicerce, e todo lar precisa de princípios que o sustente adequadamente. Em Gênesis encontramos as Palavras de Deus que expõem princípios e verdades que servirão para consolidar o lar e fazer da casa o melhor lugar que existe.

Princípio 01 - Companheirismo.
"Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea". (Gn 2.18)
O homem precisa de alguém ao seu lado, alguém que "o auxilie e lhe corresponda" (NVI). A solidão é horrível e resulta em doenças da alma e do corpo. Ninguém agüenta ficar só por muito tempo, e Adão também não agüentaria. Eva foi criada, portanto, para ser alguém que lhe correspondesse, cooperasse e lhe completasse. Afinal, como disse o sábio em Ecl 4.9: "Melhor é serem dois do que um" - por um monte de razões.

Quando há companheirismo em casa, ela se torna o melhor lugar da terra. O esposo pode olhar bem nos olhos da esposa, em momentos em que ela se encontra com algum problema, e dizer: "Conte comigo, sou seu amigo, você não está só!". A esposa, por sua vez, pode proceder da mesma maneira, colocando-se como alguém que se dispõe a servir como apoio e conforto para o marido, em momentos que ele necessita.

Princípio 02 - Unidade
"Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: 'Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada'. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne". (Gn 2.21-24)

Esta unidade é produzida por Deus, já que foi Ele que criou o casal e idealizou esta relação de profunda comunhão. E, segundo Jesus afirmou, com base no texto acima: "De modo que já não são dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem". (Mt 19.6)

Porém, esta unidade deve ser cultivada pelo casal. Deus não fará por nós o que Ele espera que nós façamos. Os mandamentos de mutualidade conjugal, como os encontrados em Efésios e Colossenses, devem ser cumpridos para que a unidade seja consolidada e fortalecida. Assim sendo, as necessidades e expectativas físicas, emocionais e espirituais estarão sendo satisfeitas na dinâmica do "um ao outro" na cosntrução do lar, fazendo dele um lugar no qual vale a pena viver.

Princípio 03 - Fidelidade a Deus
"Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás". (Gn 2.15-17)

Antes de haver uma relação entre homem e mulher, havia uma relaçao entre Deus e o homem. Antes de haver uma aliança entre esposo e esposa, havia uma aliança entre Criador e criatura. Nossa relação com Deus deve ser a base das nossas relações familiares, pois é dele que recebemos a consciência e o poder para construirmos lares saudáveis e fortes. Fidelidade da relação com Deus produzirá saúde e graça na família.

Infelizmente, a partir de Gênesis 3, com a desastrosa queda do homem, notamos uma seqüência infeliz de vários outros desastres resultantes da infidelidade humana a Deus. A família, fonte de companheirismo e unidade, é transformada num rio poluído de ódio, rancor e infindáveis perversões que só poderia ser detido pela intervenção soberana de um Deus que insiste em continuar a investir no seu projeto familiar original.

Princípio 04 - Confiança em Deus
Palavras ditas por Deus à Serpente enganadora: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". (Gn 3.15)

O apóstolo João, na sua primeira carta, falou o seguinte: "Aquele que pratica o pecado procede do Diabo, porque o Diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do Diabo". (I João 3.8)

Por meio de Jesus, o "Descendente da mulher" profetizado pelo próprio Deus, a obra avassaladora de famílias operada por Satanás pode ser barrada e destruída, dando lugar a uma renovação de companheirismo e unidade entre os cônjuges, e a fidelidade a Deus, na medida que confiamos em Jesus e entregamos as chaves da nossa casa, do nosso lar em Suas mãos, para que Ele, pelo Seu poder e graça nos conduza a viver o plano original de Deus para a família, segundo o Seu desígnio e propósito.

Testemunho
Algum tempo atrás, por negligência minha, o diabo feriu a nossa família, fez romper o nosso companheirismo, violentou a nossa unidade e riu da nossa desobediência a Deus. Mas, glória a Deus, o "Descendente da mulher", o Filho de Deus, se levantou em nosso favor e nos restaurou a sorte. Só Jesus (leia-se: Deus Triuno), e mais ninguém, poderia restaurar a nossa casa. Em resposta ao nosso convite, Ele entrou em nossa casa, arrumou a bagunça que havíamos feito, agiu em nós, restaurou o companheirismo, trouxe de volta a unidade, refez a aliança de fidelidade ao Pai, e, hoje, podemos dizer com corações cheios de gratidão: "A nossa casa é o melhor lugar da terra, por causa de Jesus".

A Deus toda a Glória!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Reflexões



Alimento para a alma


"Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus". Mt 4.4

Este texto é muito claro. A Palavra de Deus é o alimento que precisamos para sermos vivos e para continuarmos vivos. A Palavra de Deus é suficiente para nutrir cada um dos Seus filhos com o poder e a graça necessária, a fim de que vivam em Deus e por Deus, já que somente nele está a verdadeira vida.

Creio que todo cristão que se preze consentirá com cada uma das afirmações acima. No entanto, temo que estamos vivendo dias em que muitos estão sendo muito mal nutridos com a Palavra que procede da boca de Deus, a qual deve ser servida como pão espiritual suficiente para nutrir, fortalecer e dar vida. Refiro-me, especificamente, ao tipo de alimento que estão servindo a partir dos púlpitos das igrejas.

Certa vez, ouvi alguém falar o seguinte: "Temos que pregar a Palavra, e não sobre a Palavra". Concordo com este pensamento, e creio que ele significa o seguinte: temos que anunciar a Palavra, o seu significado real, o que Deus pretendeu dizer e continua dizendo por meio do texto bíblico. Não precisamos usar textos bíblicos para dizer o que queremos, mas proclamar o texto e o que, de fato, ele está comunicando.

Por exemplo: certa vez ouvi alguém tentando dizer que podemos fazer as coisas acontecerem, simplesmente, pelo exercício da pura fé. E para tanto, a pessoa se utilizou do texto de Hb 11.1, que diz: "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem". A partir deste texto, a pessoa começou a fazer uma encenação, como se estivesse passando a mão sobre a superfície de algo, que ele disse que viria a ser um carro. Os olhos da carne não poderiam ainda vê-lo, mas pela fé, qualquer um poderia crer que o carro já estava alí, num exercício profético, declarando que no mundo invisível aquele carro já era real, e que ele viria para as mãos daqueles que cressem que um carro iriam receber.

Cada vez que as palavras de Deus são usadas para dizer o que os homens querem dizer, independentemente das suas intenções e motivações, e não o que Deus quis dizer, então, o que está sendo servido não é a Palavra de Deus, e não pode, em hipótese alguma alimentar verdadeiramente uma alma. O que está acontecendo é uma perversão do ensino divino, um desvio da verdade de Deus, e, portanto, as pessoas que aceitam o erro como verdadeiro, acabam se tornando, sem saber, escravos de uma mentira que, dita por boca de supostos profetas de Deus, acaba escravizando pessoas e deixando-as totalmente desnutridas do verdadeiro alimento que cada um de nós precisa.

Daí a necessidade de sermos zelosos com o estudo da Palavra, buscando o auxílio do Santo Espírito para compreendê-la e o poder dele para aplicá-la. Assim sendo, a Palavra, realmente, nos servirá como alimento, nutrirá a nossa vida, em Cristo, e poderá ser compartilhada de púlpito, ou numa sala de estar, saciando almas que anseiam por se alimentar do Deus vivo que nos alimenta dele mesmo, por meio da Sua Santa Palavra.

A Deus toda a Glória!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Reflexões




Jerry Bridges escreveu o seguinte: "Fui ministro cristão de tempo integral por mais de vinte e cinco anos e servi tanto além-mar quanto nos Estados Unidos. Durante este período, encontrei muitos cristãos talentosos e capacitados, mas creio que encontrei apenas alguns piedosos".

Estas palavras me fazem reavaliar quem sou, o que estou fazendo e qual a motivação para o que faço. Espero, sinceramente, que aquilo que faço para Deus e em nome de Deus, possa ser fruto de quem de fato sou, alguém recriado em Cristo para o louvor da Sua glória. E por ser quem sou, não posso descuidar da real motivação para o que faço, e esta motivação deve ser baseada no amor de Deus, visando a honra dele e o bem das pessoas a quem sirvo.

Se minha motivação real não for esta, então posso começar a me preocupar, porque tanto não sei o que está realmente dentro de mim, nem sei quem, de fato, sou.

Quero ser mais do que um cristão talentoso, almejo ser um filho de Deus piedoso, temente a Deus, obendiente a sua Palavra e alguém que frutifica segundo a natureza de Jesus Cristo.