O ensino de Jesus coadunava-se coerentemente com sua vida. Jesus não era do tipo que ensinava algo que não podia ser notado no seu dia-a-dia. E ao verificar-se os seus ensinos, a ênfase é inconfundível: relações interpessoais. Para tal observação, basta ler o mais famoso de todos os sermões, o Sermão do Monte, que ocupa nada menos que três longos capítulos do Evangelho de Mateus. Logo no início do Sermão há a lista das “Bem-aventuranças”, que são as características que Jesus espera dos seus seguidores nas relações de uns para com os outros. Observe o texto de Mateus 5.3-9 a seguir.
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
O desejo de Deus, que foi claramente ensinado por Jesus, era que seu povo vivesse relacionamentos saudáveis que produzissem uma realidade que causasse bem estar ao povo e honra para Deus. Na mente de Jesus, se seus discípulos vivessem baseados nestas bem-aventuranças, eles seriam “a luz do mundo” e, assim, poderiam brilhar “... diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.14-16).
Não se deve entender que estas “boas obras” estejam se referindo a atividades religiosas e ações clientelistas com o fim de obter algum favor divino. Estas boas obras estão claramente relacionadas com a maneira de se tratar as outras pessoas. A obra de Jesus era, e continua sendo, cuidar de pessoas por amor às pessoas. É fundamental que se entenda que a essência da obra de Jesus não era pregar bons sermões, fazer curas e conduzir multidões. Tudo isto ele fazia, mas com um fim: cuidar das pessoas por amor às pessoas. Ele pregava a mensagem de Deus porque sabia que as pessoas tinham necessidade de conhecer a vontade de Deus para poder obedecê-la. Sua pregação não era para impressionar a platéia, mas para transformar vidas. Jesus curava os doentes, não como instrumento de promoção pessoal ou ministerial, mas porque se importava com eles. E Jesus tinha forte influência sobre as multidões, mas não para fazer cócegas no seu ego. O que ele queria era conduzi-las ao Pai. Isto era tudo o que ele mais queria, cuidar das pessoas e conduzi-las a Deus. Esta era a sua obra.
(Extraído da minha monografia do curso de teologia)
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